A missão, lançada do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, durou 1h48min, e consistiu de uma volta em órbita da Terra, numa altitude variando entre 150 a 315 km . Ao olhar pela janela da nave, Gagarin constatou, fascinado: "A Terra é azul!".
O astronauta era piloto militar graduado pela escola de Saratov em 1955 e pela unidade de treinamento de pilotos de caça Voroshilov Chkalovsk, em 1957. Serviu na frota de porta-aviões soviéticos, até ser selecionado como cosmonauta em 1960. Foi nomeado comandante do grupo em 1963.
Gagarin viajou pelo mundo para divulgar o programa espacial soviético, visitando inclusive o Brasil e os Estados Unidos. Devido à sua importância na propaganda de seu país, foi proibido de voltar ao espaço em agosto de 1967. No entanto, morreu em um acidente com um jato MIG-15, junto com o piloto Vladimir Seryogin, no dia 27 de março de 1968. Nunca houve detalhes sobre esse acidente, o que torna o evento ligado a diversas teorias conspiratórias.
O voo da Vostok-1 foi totalmente automático. O painel de controle estava travado e Gagarin tinha uma chave para assumir somente em caso de necessidade - o que não aconteceu, apesar de o módulo de equipamentos não ter se separado da cápsula ao final da missão e provocar uma situação crítica ao queimar na reeentrada na atmosfera terrestre.
Gagarin ejetou-se após a reentrada e desceu de pára-quedas, como planejado. A União Soviética negou esse fato por anos, com medo de o voo não ser reconhecido pelas entidades internacionais, já que o piloto não acompanhou a espaçonave até o final.
Com a proeza de Gagarin, os soviéticos confirmaram seu pioneirismo no espaço: haviam lançado o primeiro satélite artificial, o Sputinik, em 1957, e um mês depois colocaram em órbita o Sputinik II, com o primeiro ser vivo a bordo: a cadela Laika.
A Vostok-1 foi precedida por dois voos não tripulados conhecidos como Korabl-Sputnik-4 e Korabl-Sputnik-5, que usaram a nave Vostok para testes.
Assim como os Estados Unidos, a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) desenvolveu mísseis balísticos intercontinentais para lançar bombas nucleares. O programa espacial russo começou com uma grande vantagem sobre o norte-americano, pois os mísseis da União Soviética eram imensos e potentes. O lançador R7, da Vostok, é usado até hoje pela Rússia.
O R-7, devido a suas características técnicas, acabou demonstrando não ser muito prático utilizado como míssil. Por outro lado, acabou se tornando a base do programa espacial da antiga União Soviética, e continua sendo um pilar importante do programa espacial Russo.
Todos os membros dessa família, usam a mesma configuração básica: um primeiro estágio, com quatro foguetes auxiliares que assim que o combustível se esgota, se separam do núcleo central que atua a partir de então como um "segundo estágio".